Avaliação da imunogenicidade e segurança da vacina de HPV em mulheres em uso de drogas imunossupressoras devido a transplante de órgãos sólidos ou doença reumatológica

Apresentação

Pessoas vivendo com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos e outros imunodeprimidos apresentam alto risco de infecção persistente pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) e câncer relacionado ao HPV. Há três vacinas de HPV (bivalente, quadrivalente e nonavalente) disponíveis. Poucos estudos avaliaram a imunogenicidade e a segurança da vacina de HPV em pessoas com comprometimento da imunidade. 

Como objetivo, o estudo avaliou a imunogenicidade e a segurança da vacina de HPV quadrivalente (HPV4V) em mulheres de 18 a 45 anos, em uso de imunossupressores devido a transplante de órgão sólido ou doença reumatológica em comparação a mulheres saudáveis da mesma faixa etária

Este ensaio clínico aberto incluiu 386 participantes, sendo 125 transplantadas de órgãos sólidos (72 transplantadas de rim, 28 transplantadas de fígado, 17 transplantadas de pulmão e 8 transplantadas cardíacas), 128 com doença reumatológica (lúpus eritematoso sistêmico) e 132 mulheres saudáveis, de 18 a 45 anos. Todos os grupos receberam três doses da vacina HPV4V (0, 2 e 6 meses) e foram acompanhadas por um período de 12 a 24 meses após completar a vacinação. A resposta primária à vacinação (soroconversão e título médio geométrico [GMT] de anticorpos) foi avaliada um mês após a terceira dose (M7) e a persistência de anticorpos foi avaliada 12 a 24 meses após a vacinação. A dosagem de anticorpos de HPV foi realizada por ensaio de anticorpos neutralizantes baseado em pseudovírion (multiplexed pseudovirion-based serological assay [PsV-Luminex]). Eventos adversos (EA) solicitados, locais e sistêmicos serão avaliados do momento da vacinação até sete dias após. EA não solicitados serão avaliados durante todo o período do estudo. Foi também coletada amostra cervical para realização de citologia oncótica em base líquida e pesquisa de HPV por PCR, no baseline e ao final do estudo

336 mulheres completaram a primeira fase do estudo, isto é, receberam esquema completo (três doses) da vacina HPV4V (0, 2 e 6 meses) e coletaram amostra de sangue 30 dias após a terceira dose para avaliação da imunogenicidade da vacina: 105 mulheres transplantadas de órgão sólido, 112 lúpicas e 119 mulheres saudáveis.

Na segunda fase (avaliação 12-24 meses após a vacinação), foram incluídas 236 mulheres (64 transplantadas, 85 lúpicas e 90 saudáveis), que foram avaliadas 12 a 36 meses após a vacinação.

A pandemia COVID atrapalhou bastante a coleta de dados da segunda fase do estudo, o que resultou no alargamento do período da avaliação. A coleta de dados, bem como as análises laboratoriais, já foram encerradas.

O estudo resultou em um doutorado sobre a vacinação das transplantadas de órgãos sólidos (Karina Takesaki Miyaji), defendido em 2022. Um artigo já foi publicado e o segundo está em revisão. Outros dois doutorados estão em andamento. Falta a análise estatística da imunogenicidade primária no grupo de mulheres com lúpus e da persistência de anticorpos nos três grupos. Planeja-se a elaboração de outros 3 artigos

Publicações relacionadas:

Miyaji KT, Infante V, Picone CM, Levi JE, Oliveira ACS, Lara AN, Tacla M, Dillner J, Kann H, Eklund C, Castanheira CP, Mayaud P, Sartori AMC; Study group on HPV vaccine in immunosuppressed persons. Human Papillomavirus (HPV) seroprevalence, cervical HPV prevalence, genotype distribution and cytological lesions in solid organ transplant recipients and immunocompetent women in Sao Paulo, Brazil. PLoS One. 2022 Jan 20;17(1):e0262724. doi: 10.1371/journal.pone.0262724. eCollection 2022. PMID: 35051227. Link.

Status: Em andamento
Início: Julho/2017

Conclusão Prevista: Dezembro/2023
Eixo temático: Vacinas e Imunopreviníveis
Eixo metodológico: Plataforma Metodológica de Apoio à Avaliação e Monitoramento de Tecnologias em Saúde
Instituição coordenadora:
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Instituições participantes:
Department of Laboratory Medicine, Instituto Karolinska, Suécia

London School of Tropical Medicine and Hygiene, Inglaterra
Fonte de fomento:
FAPESP
Coordenação:
Ana Marli Christovam Sartori (Faculdade de Medicina da USP)


Integrantes: 
Karina Takesaki Miyaji (Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias FMUSP, Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais – CRIE do Hospital das Clínicas da FMUSP – HCFMUSP)
Vanessa Infante (Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias, FMUSP)
Livia Zignano Moreira dos Santos (Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias, FMUSP)
Maricy Tacla Alves Barbosa (Clinica de Obstetrícia e Ginecologia do HCFMUSP)
José Eduardo Levi (Instituto de Medicina Tropical da USP – IMT-USP)
Philippe Mayaud (London School of Hygiene and Tropical Medicine – LSTMH, Inglaterra)
Joakim Dillner (Department of Laboratory Medicine, Karolinska Institute, Suécia)
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Concluídos