IATS exibe estudo sobre microcusteio no 1º Congresso REBRATS

A aplicação do métodos de microcusteio com a ferramenta TDABC de forma colaborativa com a gestão de custos dos hospitais foi conteúdo apresentado pela pesquisadora Ana Paula BGeck da Silva Etges, uma das representantes do IATS no 1º Congresso Rebrats, ocorrido no início de outubro, em Brasília.

A pesquisadora divulgou, em sua exposição, evidências que vem sendo desenvolvidas nos estudos sobre custos e microcusteio, parte delas contidas no recém publicado artigo “An 8-step framework for implementing time-driven activity-based costing in healthcare studies”. O paper reporta sobre o estudo que teve como objetivo explorar a literatura e categorizar casos práticos para propor uma estrutura de oito etapas para aplicação do método TDABC (Time-Driven Activity-Based Costing) em estudos de microcusteio para organizações de saúde.

Neste artigo, a estrutura do TDABC em oito etapas é apresentada e detalhada, explorando planilhas on-line já codificadas para demonstrar a estrutura de dados e a construção de fórmulas matemáticas. O artigo também sugere uma lista de análises que podem ser executadas, incluindo uma explicação sobre as informações que cada análise pode fornecer para aumentar a capacidade da organização de orientar a tomada de decisão. 

Segundo Ana Paula, o contexto atual do mercado da saúde no Brasil apresenta alguns desafios e sequentes oportunidades: “Desafios como custo, qualidade e acesso continuarão a estimular as iniciativas de reforma da saúde; Incidência de doenças crônicas vai explodir, exigindo soluções comportamentais; Saúde irá se tornar mais ligada à vida diária através do crescimento de soluções móveis; Saúde entrou na era do Big Data; Medicina personalizada virá com o tempo; Empresas de Saúde irão cada vez mais competir com entrantes não tradicionais; Identificar oportunidades de redução do Custo da Saúde é uma preocupação cada vez maior; O setor da saúde possui especificidades que se expressam na sua organização institucional; A necessidade de mudar as formas de reembolso: Fee for service x Pay for performance”.

A pesquisadora explica que, diante deste cenário, a capacidade de mensuração de valor exige que as organizações de saúde desenvolvam formas de estruturar dados que permitam avaliar a qualidade da entrega do serviço aos pacientes e os custos reais para prover esses resultados. “Estes dados são essenciais para avaliar se o valor está melhorando ou não e requerem um avanço em capacidade tecnológica de monitoramento e controle, como real-world evidence, Big Data, inteligência artificial, decisões apoiadas por ciência de dados”, descreve.

Para Ana Paula, a migração para um modelo de saúde baseado em valor requer maior capacidade de controle e avaliação de custos em nível individual por paciente. Ela sustenta que esta transformação no modelo de gestão de custos prodizurá, em breve, resultados como: Motivação da rede pela excelência e pelo controle de custos em saúde; Distribuição de remuneração considerando a excelência; Sistema centrado no paciente; Identificação facilitada de centros referenciais/benchmarks; Facilidade de mapeamento da causa da distância da um centro frente ao referencial (qual o foco de ações de melhoria voltadas ao aumento de valor); Melhorias, por necessidade, em sistemas de monitoramento e controle de desfechos e custos, conforme capacidade tecnológica; Transparência de dados e sequente aumento exponencial da capacidade de análise e geração de informações para tomada de decisão”.

Edição: Luiz Sérgio Dibe

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