Efetividade e segurança dos conjuntos de DVP para tratamento de hidrocefalia em crianças

Apresentação

A avaliação de uma tecnologia em saúde analisa aspectos legais, sociais e éticos através de atributos básicos como efetividade, eficácia, segurança e custo. Com a inovação e o rápido avanço das tecnologias, os dispositivos médicos são atualmente uma das indústrias que mais crescem. Entretanto, eles carregam consigo um certo grau de risco e podem causar problemas em determinadas ocasiões. O conjunto de Derivação Ventrículoperitonial (DVP) é uma dessas tecnologias. É uma das mais usadas atualmente para tratar pacientes com hidrocefalia. O projeto está desenvolvimento no Centro IATS da Universidade Federal de Goiás (UFG).

A hidrocefalia pode ser definida, de um modo geral, como um distúrbio da formação, do fluxo ou da absorção do líquido cefalorraquidiano (LCR), com consequente aumento do seu volume no sistema nervoso central. Trata-se de uma condição crônica associada a muitas comorbidades e a alta mortalidade. A prevalência global da hidrocefalia é maior em crianças e idosos (88 e 175 por 100.000 pop, respectivamente) e menor em adultos (11/100.000 pop). Países em desenvolvimento possuem uma incidência maior de hidrocefalia congênita quando comparado aos países desenvolvidos (123 e 90 por 100.000 nascimentos, respectivamente).

O tratamento padrão consiste na DVP, no qual o líquido cefalorraquidiano do ventrículo cerebral é drenado para o peritônio em um fluxo unidirecional graças a um sistema de válvula. A realização da DVP para evitar sequelas associadas à hidrocefalia apresentou menor razão de custo-efetividade quando comparado a outras intervenções comumente usadas como terapia antiretroviral para HIV, cirurgia ortopédica para fraturas de ossos longos e até terapia com aspirina para doenças cardíacas isquêmicas. No entanto, a DVP está associada a altas taxas de falha, chegando a 40% no primeiro ano e 50% em 2 anos. Há diversos estudos avaliando a segurança e a efetividade de tipos e modelos diferentes de válvulas estrangeiras apresentando resultados controversos. No entanto, até o momento, não há na literatura estudos avaliando as válvulas nacionais. Portanto, há uma lacuna de estudos que avaliem a segurança e custo-efetividade do uso das válvulas registradas para uso no país. A obtenção dessas informações é fundamental para definir a melhor tecnologia a ser utilizada, considerando efetividade, segurança, custos, custo-efetividade e impacto orçamentário.

São objetivos do projeto avaliar a efetividade e segurança de válvulas para DVP registradas para uso no Brasil em crianças com hidrocefalia, mensurar a taxa de complicação de válvulas para DVP registradas para uso no Brasil por causas não infecciosas em crianças com hidrocefalia, incluindo obstrução, falha mecânica, loculação ventricular, hiperdrenagem e complicações abdominais e, ainda, identificar fatores associados à maior segurança e efetividade de válvulas para DVP registradas para uso no Brasil em pacientes pediátricos.

Status: Em andamento
Início: Fevereiro/2020

Conclusão: Março/2022
Eixo temático:
Outras Doenças Não-Transmissíveis


Eixo metodológico: Plataforma Metodológica de Apoio à Avaliação e Monitoramento de Tecnologias em Saúde
Fonte de fomento:
CNPq
Ministério da Saúde
Instituição coordenadora:
IPTSP – UFG

Instituição participantes:
Hospital da Criança de Goiânia
Coordenação:
Cristiana Maria Toscano (IPTSP-UFG)


Integrantes: 
Nayara Matos Pereira (IPTSP-UFG)
Paulo Ronaldo Jubé Ribeiro (FM-UFG)
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