Risco de AVC Isquêmico atribuível à população em uma comunidade no sul do Brasil: um estudo de caso-controle

Resenha do artigo:

Mallmann AB, Fuchs SC, Gus M, Fuchs FD, Moreira LB. Population-attributable risks for ischemic stroke in a community in South Brazil: a case-control study. PLoS One. 2012;7(4):e35680. doi: 10.1371/journal.pone.0035680. Epub 2012 Apr 18. PMID: 22530066; PMCID: PMC3329472.

O acidente vascular cerebral (AVC) causado por isquemia cerebral é um problema de saúde pública em muitos países, inclusive no Brasil. Nos últimos anos, tem sido observado declínio na incidência de novos casos nas regiões mais desenvolvidas do país. Essa tendência favorável deve-se ao melhor controle de fatores de risco cardiovascular, uso de aspirina, tratamento para reduzir colesterol e hipertensão arterial.

 Neste estudo, realizado em um hospital de Passo Fundo, RS, Brasil, pacientes atendidos por AVC foram comparados a outros pacientes sem história de AVC, que procuraram o mesmo hospital por outros motivos. O objetivo foi identificar fatores de risco removíveis para AVE e estimar o risco de AVE atribuível aos fatores de risco presentes na população estudada.

 Ao todo, 405 pacientes foram estudados, sendo 133 com AVC isquêmico e 272 controles sem AVC. Arritmia cardíaca por fibrilação atrial, hipertrofia do ventrículo esquerdo e hipertensão arterial foram os fatores que mais contribuíram para a ocorrência de AVC, aumentando em 27, 20 e 11 vezes, respectivamente, a chance de ocorrer um AVC isquêmico. Estes três fatores somados à presença de sopro nas artérias carótidas, tabagismo pesado, diabetes, abuso de álcool, colesterol elevado e sedentarismo explicam 98,9% da incidência de AVC isquêmico nesta população.

Apesar das limitações metodológicas dos estudos observacionais, com maior chance de erro devido à lembrança para relatar a exposição aos fatores investigados, o estudo foi bem conduzido e os achados mostram que poderíamos alcançar redução de 99% nos casos de AVC com a remoção daqueles fatores de risco. Tendo em vista a alta prevalência na população, hipertensão arterial e sedentarismo são os responsáveis pela maior parcela do risco.

Elaborado por:
Demócrito de Barros Miranda Filho
Data da Resenha:
04/11/2013
Eixo Temático:
Outras Doenças Não-Transmissíveis
Eixo Metodológico:
Pesquisas Epidemiológicas

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